domingo, 1 de maio de 2011

Descontentamento


Estou andando pelas ruas,
Evitando encontrar com gente muito feliz.
Onde eu vejo de longe

Um casal apaixonado,
Um riso à toa me afasta.

Não preciso conhecer as vitórias de ninguém.
Se não tenho conhecido as minhas.
E perdoe a minha intolerância,

Todos considerados vencedores agora,
Ou aqueles que receberam uma graça,
Uma dádiva. A melhor surpresa.

Não sou “anti felicidade” alheia!
Mas me incomodo com meu estado inerte
Apesar de todo esforço. Inerte.

Não é inveja das mãos que tem força.
Força pra lutar.

É incompreensão.
Porque ninguém luta quase nada.
E um gladiador herói

Fere-se com a própria arma.
Acidentes brutais acontecem.

Minhas forças, meus desejos e meus esforços.
Feriram-me mortalmente
Ao gladiador deitado no chão,

Sem ter ou saber como levantar-se;
Restam poucos aplausos.


Então recordo que sou um simples mortal.
Talvez não seja pior que outros.
Mas melhor com certeza não.

Ataram-me. Tudo em mim,
E me prendi onde estou agora.

Sem papel, sem dia.
Derrotado, por algo que desconheço.
Abandono dos significados.

Nas expectativas...
E encobrindo meu descontentamento.

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